Por Flávio Barros
É
difícil entender o motivo pelo qual as pessoas pensam que, pelo fato de serem
membros de uma denominação cristã pentecostal ou neo-pentecostal, tem que
comunicar o evangelho de forma exageradamente enérgica e gritada, colocando no
Espírito Santo a culpa pelo seu comportamento, e usando passagens das
Escrituras para fundamentar tais atitudes. Se esquecem, porém, que para todas
as ações que realizamos existe uma consequência, e para o mau uso da voz não é
diferente.
“O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e
o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados.”(Mt 10.27)
Há
um perigo muito grande quando se aproveita das Escrituras para justificar
determinados comportamentos, quando estes causam certo desconforto entre os
irmãos, sejam coisas relacionadas a doutrinas ou tradições, que com o passar do
tempo erroneamente são chamadas de doutrina, como se fizesse parte das
recomendações da Palavra. Neste trecho está claro que o desejo do Senhor Jesus
é que Suas palavras de vida eterna não sejam guardadas, mas pregadas de forma
que todos possam ver e ouvir, e assim possam alcançar todos aqueles que tiveram
suas vidas resgatadas na cruz e que venham ter o conhecimento de Quem os
salvou.
É
um fato comum aos comunicantes do evangelho gritar e vociferar as Escrituras
como se o microfone e/ou as caixas, que servem justamente para amplificar o
som, estivessem com defeito. Porém, o
defeito irá, com certeza, surgir no desavisado que ainda age desta maneira,
pelo fato de as cordas vocais serem tão sensíveis que, se não utilizadas de
forma adequada e prudente, podem desenvolver problemas graves que partem de uma
simples rouquidão e, se não forem imediatamente tratadas, emergirão para um
câncer.
“Uso incorreto da voz: pode ocorrer devido à
imitação de outros padrões de voz, que não o do próprio indivíduo;”
Para
pessoas que não vivem segundo a direção do Espírito, imitar aqueles que estão
em evidência na mídia é muito comum. O fato de no meio cristão esse
comportamento não ser diferente,
principalmente porque o que se tem imitado não são as atitudes que lembram
Cristo, mas sim o que tem tornado essas pessoas vistas, é o que faz com que se
veja perfeitas imitações daqueles “pregadores”, ou animadores de palco, que
gritam, rugem e produzem sons que não causam nenhum conforto para os que, com
muita paciência e falta de conhecimento das Escrituras, os escutam e para suas cordas vocais que
estão sofrendo com todo esse show gospel, que está na TV, rádio e internet.
Qual o testemunho que tem sido objeto de busca para imitá-lo: o de Cristo ou o
das “celebridades gospel”? Você responde.
As
aparições de nódulos, que são tumores benignos nas cordas vocais e resultam do
mau uso da voz, e outros tumores como cistos que contém líquido em seu interior,
podem causar também a perda da voz. Para alguém que foi chamado a comunicar as
boas novas de salvação isto é um empecilho causado pelo próprio, e não por
satanás, como alguns gostam de culpá-lo por tudo que lhes ocorre.
A
mesma sabedoria que Deus concedeu aos homens que por Ele realizaram proezas, as
quais estão descritas nas Escrituras e em alguns livros cristão de procedência
confiável, está disponível a todo aquele que deseja anunciar a Cristo, de
maneira que possa utilizar sua voz de forma mais eficaz e com uma longevidade
muito maior, como ocorreu com John Wesley. Aos seus 87 anos, ainda pregava para
cerca de 5 a 20 mil pessoas sem auxilio do microfone (desconfio que com o
estilo de vida dos cristãos de hoje seria muito difícil realizar tal coisa) e
mantinha hábitos saudáveis, o que juntamente com a graça de Deus, lhe conferiu
muitos anos de serviço a causa do Senhor Jesus Cristo.
Tomar
no mínimo 2 litros de água por dia, evitar café, sorvete, além de não comer em
excesso, visto que o estômago cheio pode causar refluxo e, com isso, o ácido
estomacal pode danificar as cordas vocais. Evitar os gritos e tentativas de
imitar outros padrões de voz também são cuidados que devem ser tomados para que
se tenha uma voz perfeitamente funcional e útil para a pregação da Palavra.
Este
artigo não tem a intenção, e nem mesmo tem o direito, de padronizar a forma de
falar, mas sim de alertar sobre os riscos que existem quando a voz é mal
utilizada. Lembre-se que Deus não tem a obrigação de curar alguém, sendo essa
enfermidade fruto de irresponsabilidade ou não, pois Suas promessas são a
respeito de uma condição espiritual que proporciona paz, paciência, mansidão,
temperança, amar com o amor de Cristo. Tais características tornam todo e
qualquer cristão participante de Sua natureza e, como espelhos que não refletem
o que são, mas o que esta diante deles, refletir a pessoa maravilhosa de Jesus
Cristo, Senhor e Salvador, que seja bendito para todo sempre, amém.
Referências:
Bíblia Almeida Corrigida e Fiel
Acessado em 23/05/2012
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