Qualificação profissional

Por Auberan Varela
 
 
 
 
Amados irmãos!

Esta semana resolvi postar um artigo muito interessante que li na internet, no site Logística Descomplicada, que fala da complexidade que é o tema qualificação profissional. É um artigo de Abril de 2011 mas seu tema ainda é bastante atual.
Este artigo fala da falta de qualificação e das responsabilidades do governo, das empresas e dos próprios profissionais neste contexto.

Confiram:

Falta de qualificação profissional: quem é o culpado?

Governos, empresas ou os próprios profissionais?

Outro dia, num telejornal, uma matéria abordou a falta de qualificação profissional no Brasil. Desta vez, por alguns instantes, o foco da matéria se desviou para a questão da educação. Mas, infelizmente, ainda não foi dessa vez que o tema foi abordado com a coragem que merece e logo o foco retornou à exploração simples da falta de profissionais qualificados para ocupar as vagas, agora não só do topo e do meio da pirâmide, como da base também, representada por lojas à procura de vendedores; empresas buscando operadores de máquinas específicas de produção e, não só não os encontrando, como desistindo de ocupar as vagas. Situação ilustrada de uma forma simples: de vinte candidatas a secretária que se apresentaram à vaga, restaram três e cada uma não atendia a um requisito dos três exigidos (curso, inglês e experiência).

Para uma solução verdadeira, não adianta abordar os problemas sem trabalhar as causas. Vejamos como cada um contribui para essa situação:

falta de qualificação profissionalGOVERNOS

A economia chinesa já é a 2ª maior do mundo à custa da exploração de mão de obra: o salário pago a um trabalhador de uma montadora na China corresponde à cerca de R$ 630,00. Em várias províncias chinesas, os salários variam de R$ 52,00 a R$ 136,00 por mês e carga de até 12 horas diárias. Vale lembrar que a China é o maior parceiro comercial do Brasil e que esse “sistema predatório” tem uma extrema necessidade de expandir-se com seus mais de 1,3 bi de habitantes com uma renda per capita de apenas US$ 7.500,00. Enquanto no Brasil, é de US$ 10.237,00 (que cresceu 275% em 10 anos) e nos Estados Unidos de US$ 46.716,00, vem um país na Europa Ocidental chamado Luxemburgo com US$ 80.431,00. Lá, um professor ganha em torno de R$ 7.200,00 por mês em uma única instituição. Prova de que as maiores potências comerciais não detêm a melhor qualidade de vida, mas quem investe na qualidade da educação gasta menos com segurança, saúde e outros programas sociais.

Esse “invejado” modelo chinês tira profissionais da preparação e os coloca diretamente na produção. O apoio a esses comércios com o fim de arrecadar impostos nos ensina que qualidade é algo que vem bem depois. Não se pode pensar como Luxemburgo e agir como a China. O Brasil tem que proteger seu comércio contra as exteriorizações de custos para fortalecer nosso mercado garantindo a competitividade e isso não significa fechar portas ao comércio globalizado, mas abri-las aos brasileiros ofertando também um novo modelo de educação preparatória que nos ensine COMO crescer melhor, preservando nossos recursos naturais e praticando justiça social.

A falta de qualificação não é de agora. Ela foi semeada no decorrer de uma longa história e só percebida diante do desenvolvimento de um Brasil que conta com o destaque de algumas pessoas (profissionais e alunos) que fazem a diferença na educação pública e com a eficácia de uma parcela da educação particular (absorvida por uma minoria) para atenuar a grave situação.

Há mudanças em nosso caminho, mas temos que caminhar mais rápido. No ranking da educação mundial, o Brasil ocupava o 88º lugar e em 2010 pulou para 53º – ainda muito lento comparado com a inovação tecnológica que experimentamos em ritmo acelerado. Os centros técnicos espalhados pelo Brasil não atendem à demanda do mercado. O ensino público se arrasta com suas deficiências desmotivando seus alunos à continuidade do aprendizado. É um sistema em crise que, durante anos, acomoda o aluno e o envia despreparado, sem intenções e sem projetos, ao mercado urgente e exigente. Um sistema que cobra por aquilo que não oferta.

EMPRESAS

Elas não conseguem competir sem redução de custos. Não lidando bem com seus próprios processos, partem para o corte de mão de obra. Não é difícil ver redução de folha de pagamento em uma empresa que não se sobrepõe a uma situação e aí desestabilizam mercados com sua rotatividade. Pior, é notória a redução remunerativa em vários segmentos do mercado. Isso gera uma migração para aqueles setores em que tem o bom salário como maior atração. Por isso ouvimos empresas se lamentando por não encontrar mão de obra qualificada para ocupar uma vaga de liderança com salário beirando mil reais. Paralelo a isso, vêm “empresas educacionais” cobrando 10, 20 mil, por um curso básico de quatro anos para um mercado que não paga o investimento. Sabendo disso e baseadas sempre em custos imediatistas, essas empresas não capacitam seus funcionários em programas internos por temerem que esses possam partir em busca de melhores condições.

O desafio, nessa árdua competição, é ofertar aos funcionários um alcance da qualidade de vida como fator motivador ou, pelo menos, um salário digno à sua preparação e importância na organização, preservando o fator humano como seu maior patrimônio já que o mundo é regido por novas idéias. Isso requer investimentos em profissionais e um melhor aprendizado à convivência entre dois fatores vitais que insistem em divergir: lucros e pessoas.

PROFISSIONAIS

O mercado brasileiro está em ascensão e isso traz uma sensação perigosa para alguns profissionais que se acomodam achando que terão emprego logo que quiserem. Outros não querem um trabalho que lhes traga problemas, outros preferem alimentar “sonhos” e não metas para o alcance de objetivos planejados, enquanto outros buscam a profissão ideal. O que deve haver é uma BUSCA IDEAL por uma profissão por meio do conhecimento. Mas, enquanto o mercado convida, muitos se escondem atrás de um trabalho esgotante, de uma longa distância e de uma falta de tempo. E quem disse que seria fácil correr atrás de ideais? O que se diz é que não se pode fazer o que se gosta, tem que fazer o que o mercado mandar. Na verdade, tem que amar o que se faz. Aprimorar-se, renovar-se, inovar… Se abrir a novos conceitos não quer dizer vender valores pessoais, quer dizer tornar-se grande. E, Deus como alimento do espírito e a educação como alimento do homem, forma um ser humano nessa grandeza.

É necessário observar a rapidez dos mercados, eles mudam enquanto você se prepara. Por isso, concordo com uma base de curso mais rápida e atualização contínua. A busca pela informação é fator de sucesso em qualquer área. Professores são facilitadores brilhantes, mas é de você que parte a fome pelo conhecimento e pelo crescer.

Portanto, a educação de qualidade é nosso maior patrimônio e a maior certeza de que, se tudo começa em cada um e termina em todos, colheremos frutos de realizações pessoais e profissionais dentro de uma sociedade mais humana e mais justa. Estamos no caminho certo?


Escrito Por : Marcos Aurélio da CostaEm : terça-feira, 19 abr, 2011

Site referência: http://www.logisticadescomplicada.com/falta-de-qualificacao-profissional-quem-e-o-culpado/

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