Por Anderson Penha
Já pensou em aprender chinês ou japonês? Ou quem sabe, um dialeto indígena? Ou então viajar para algum país da Ásia? Não? Definitivamente não se trata de uma matéria de turismo. Se você pensou em passeios e visitas aos pontos turísticos está completamente enganado. O destino pode ser esse, ou qualquer outro lugar do mundo, mas o projeto é missionário. Com 27 anos, Roseane Souza é um exemplo disso. Ela participa do projeto UniÁsia da Missão Horizontes. Mas um longo caminho foi percorrido até o cumprimento da chamada missionária.
Aos 16 anos, depois de chegar de um evangelismo, em sua igreja Monte Tabor da AD em Icoaraci, Belém (PA), Roseane foi cumprimentar um pastor que visitava o templo. “Era por volta de 11h30 da manhã. Quando apertei a mão dele, Deus começou a usá-lo em profecia para mim”, lembra à paraense. O teor da profecia anunciava a missão que estava por vir. Deus a avisava da sua missão.
Depois de receber a ‘benção’ decidiu ir para casa, no entanto, a ‘benção’ não estava completa. “Senti vontade de voltar para o culto do meio dia, e retornei ao templo”, conta. Chegando à igreja, para a surpresa dela, quem pregava era o mesmo pastor que pouco antes havia profetizado para Roseane. “Deus o usou poderosamente depois. Ele orou por mim e Deus me batizou com Espírito Santo naquele início de tarde”.
O começo
Daquele dia em diante, Roseane não parou mais. Os primeiros passos para desenvolver sua chamada missionária começaram em Belém mesmo. Por meio da Secretaria de Missões da sua igreja, ela passou a evangelizar. “Exibíamos o filme Jesus nas ruas, evangelizávamos os ribeirinhos, visitávamos leprosários e fazíamos pequenas viagens para o interior do Estado para evangelizar”, relembra.
O trabalho na Secretaria de Missões da igreja serviu de treinamento. Durante cinco anos, ela aprendeu a fazer missões em sua própria cidade. Com o passar do tempo, a vontade de ir para campo aumentava em seu coração. “Desejava ardentemente que meu pastor me enviasse para algum Instituto Missionário. Queria aprender tudo rápido para fazer missões”, conta ela.
A urgência em aprender tudo se intensificava após à frustração de duas tentativas para o vestibular sem sucesso. Entretanto, sabiamente, o pastor afirmava que ainda não era o tempo. Muito aflita, Roseane decidiu orar novamente e pedir a confirmação de Deus sobre sua chamada missionária. Em sonho, Deus lhe orientou a tentar mais uma vez o vestibular e aprender um novo idioma. Roseane prestou vestibular para Letras Português-Inglês e passou.
Direto ao alvo
Foram quatro anos aprendendo a língua inglesa. Com a conclusão da faculdade em 2009, Roseane foi enviada para a Missão Horizontes América Latina. A missão era participar do Projeto UniÁsia, com duração de 7 anos. Depois de seis meses no Brasil, em treinamento, os jovens voluntários, viajam para um país de língua hispânica onde passam mais seis meses.
Nessa fase do projeto, Roseane esteve na Bolívia, na cidade de Santa Cruz de la Sierra. Juntamente com 11 irmãos, que integram o projeto, iniciaram um trabalho no bairro de Normandia, onde fica o lixão da cidade. No país, os participantes do projeto aprenderam espanhol, conheceram a cultura local, e desenvolveram o ministério com adolescentes, jovens, crianças e adultos. “Aprendi a amar aquele povo”, sentencia.
Tanto amor também é cercado de muitas experiências. Roseane conta que um dia, enquanto ainda estava na Bolívia, ela sentia dores nas costas, mas Deus a incomodou a sair de casa. Enquanto andava perto do lixão encontrou um grupo de seis crianças e uma adolescente. Naquele dia, ela contou a história do livro sem palavras (estratégia evangelística) e todos eles receberam a Cristo. “Hoje, recebo e-mails com notícias de que aquele lugar tornou-se um ponto de pregação onde há Escola Dominical todos os domingos e outras atividades evangelísticas”, comemora Roseane.
Melhor do que iniciar o projeto é vê-lo frutificar. Após o retorno de Roseane e os demais missionários ao Brasil, os bolivianos que deram continuidade ao trabalho conseguiram uma parceria com uma ONG e agora estão pensando em fazer uma casa para cuidar de crianças violadas.
Em terras tupiniquins, Roseane permanece por mais seis meses. Depois, ela viaja para um país de língua inglesa, onde fica por três meses. Com a fluência nos idiomas, ela e os integrantes do projeto estão prontos para o alvo: a Ásia por mais cinco anos. Depois de alcançar os ribeirinhos da sua região, Roseane tem como alvo os budistas, mulçumanos e hinduístas. Os participantes do projeto terão três áreas especificas de atuação na Ásia: ministério entre estudantes; tradução da Bíblia e missão empresarial. Os países são aqueles mesmo, da famosa janela 10-40. O projeto além de levar o evangelismo, pretende capacitar de forma integral obreiros de longo prazo para implantarem igrejas. Mesmo lidando com saudade da família e os sonhos de jovem, Roseane é categórica ao afirmar: “Vale a pena servir a Jesus. Se você seguir Jesus e obedecer ao seu chamado missionário então Ele lhe surpreenderá”, finaliza.
*Texto publicado na página 24 da revista GeraçãoJC, Ano XII, nº 84, CPAD.
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