Por Cintya Machado

De acordo com Mandruszka e Schotte (1979), citado por Giovanetti (2000), esse termo surge a partir de uma certa vivência corporal de ser no espaço, significando um estreitamento da vivência, de onde provém a expressão clássica de ‘aperto no peito’. É possível definir o que se sente, apesar de não ter clareza sobre o que provoca essa sensação. É possível também se localizar corporalmente a angústia: geralmente as pessoas se referem ao aperto no peito, não há registro de que alguém a tenha localizado em outra parte do corpo.
Este caráter de indefinição do objeto causador da angústia se apresenta como uma das principais características diferenciadoras entre os termos angústia e medo.

Sendo assim, a partir do momento em que se descobre o objeto causa do medo, torna-se possível evitar ou mesmo enfrentar tal objeto e controlar essa sensação. Ao passo que, na angústia, a dificuldade em se ter clareza de seu objeto faz com que o ser permaneça em seu estado de angústia e tenha dificuldade de se livrar dela.
Já na diferenciação de angústia e ansiedade, Giovanetti (2000), citando Rojas (1977), diz que a angústia tem sempre manifestações somáticas mais marcadas, ao passo que a ansiedade se desenvolve em um nível fundamentalmente psicológico. Destacando que a angústia detém, se comparada à ansiedade, um caráter mais profundo do ser humano, enquanto que a ansiedade pode revelar dificuldades psicológicas de enfrentar determinados obstáculos.
Existem vários tipos de leitura acerca da angústia; a leitura psicológica ou nosológica, segundo Giovanetti (2000), reduz sua compreensão às manifestações clínicas e psicopatológicas atentando para os sintomas que a angústia apresenta, no intuito de encontrar uma cura para o sofrimento causado, através de métodos que controlem os sintomas, removendo a angústia; já a leitura ontológica considera a angústia enquanto um fenômeno que atinge todo ser enquanto perda do fundamento pessoal da existência e, conseqüentemente, do sentido da vida, compreendendo a angústia enquanto inerente ao ser e, como tal, não há o que se curar porque não há como remover a angústia do ser. Isto é possível de se entender na medida em que o ser humano tem dificuldade de responder a perguntas como: de onde vim, com que objetivo e para onde vou?

Isto são coisas que nos fazem perder o foco e nos angustiar, pois esquecemos que temos um legislador que é justo e que qualquer petição levada até Ele será julgada justamente (Sl 19.9b). Devemos refletir sobre o que tem nos angustiado, pois, não raro, ouvimos crentes afirmando estarem deprimidos, desanimados, que esfriaram. Deus não mudou, não dormiu, não nos deu as costas o que nos afasta dele é nosso pecado. Lembremos do seguinte: “Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.” (Mt 12.32.)
Pensemos nisto, se na nossa angústia não temos feito aquilo que o Senhor disse não nos perdoará.
Escrito por: Lilian Pacheco - Psicóloga de Jovens
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