A importância do diálogo


Por Cintya Machado


Só com a conversa dentro de casa é possível estabelecer uma família, diz Edméia Williams

O diálogo tem sido freqüentemente tema de discussão em debates, congressos, encontros de casais, reuniões de jovens etc. Nesses eventos, normalmente, a reclamação é a mesma: pais que não conversam com os filhos e vice-versa. Não há interatividade. O mundo moderno é um dos filões para este problema, pois com o stress do dia-a-dia fica cada vez mais difícil arranjar um tempo para sentar e interagir. E, com isso, os integrantes da família vão se distanciando até chegar ao ponto de um não mais reconhecer o outro. “Quando existe ausência do diálogo, não se sabe o que a outra pessoa pensa e, por conseqüência, não há comando nem democracia. Assim, fica impossível estabelecer uma família”, diz a missionária Edméia Williams, do Ministério Atos 29 e autora do livroTesouros Escondidos, da MK Editora.


A importância do diálogo

Na visão da missionária, o diálogo é de máxima importância porque há interação. Mas temos que prestar atenção, já que quando falamos com alguém é porque queremos apenas ser ouvidos. E na conversa é preciso falar, ouvir, entender, conjecturar, explicar e acima de tudo respeitar a opinião do outro. É necessário ter cautela para não ser um ditador com poder absoluto em que só um fala e todos devem ouvir, obedecer e acatar suas ordens, acrescenta Edméia.

O estudante do ensino médio Herbert Souza, 18 anos, conhece esta situação de perto. O jovem conta que sempre teve muita dificuldade em expressar seus sentimentos para seu pai, principalmente porque ele é militar e não dava oportunidade para que falasse. "Não existia diálogo, era um monólogo. Isso trouxe sérios problemas para a minha vida; não conseguia expor o que estava sentindo e me fechei. Com isso, tomei algumas atitudes que não foram boas para mim. Nosso relacionamento só melhorou depois que passamos por um processo de libertação em que houve confissão de pecado. Depois disso, meu pai entendeu como eu estava me sentindo e reavaliou sua postura. Hoje, conseguimos conversar realmente como pai e filho, graças ao Senhor", disse.

As conseqüências da falta de conversa dentro de casa

Para Ricardo Ferreira dos Santos Filho, 18 anos, estudante do ensino médio, a falta de diálogo também lhe trouxe conseqüências ruins. Filho de pais separados desde 1 ano de idade, se converteu aos 13 e, devido à ausência do pai, não se sentia à vontade para conversar certos assuntos com a mãe. "Foi muito difícil para mim porque tinha vergonha de contar a ela algumas peculiaridades da minha idade. Minha referência de educação era só a dela."

Segundo ele, mesmo separados, os pais precisam entender que os dois são importantes. A mãe não pode ser pai e vice-versa. "A ausência da figura paterna foi complicado para mim, e acabei procurando refúgio na internet. Passava horas no computador e, como resultado fiquei viciado na web. Ganhei fama em várias salas de bate-papo, me envolvi com pessoas bem mais velhas e quase me desviei. Tudo isso me afastava de Deus e também da minha família, pois não conversava nem mais com a minha mãe. Aos 16 anos, recebi uma advertência do Senhor e percebi que estava totalmente errado. Não adianta buscarmos a solução de nossos problemas arranjando outro, temos que encará-los com a ajuda do Criador. Assim, comecei a querer o melhor de Deus para minha vida. Minha mãe se casou novamente e o diálogo entre nós tem melhorado muito. Ainda não está perfeito, mas está se aperfeiçoando a cada dia", finaliza.

A vergonha é inimiga do relacionamento entre pais e filhos

Outra questão abordada é a timidez dos pais para interagir com os filhos. "Eu não compreendo porque temos tanta vergonha de conversar com os nossos filhos. É necessário falar abertamente sobre sexo, , drogas etc. Afinal, já fomos adolescentes e jovens e passamos pelas dificuldades que nossos filhos enfrentam agora. Já recebi convites para fugir, usar drogas, fazer uma série de coisas, e tive que resistir. A minha experiência conta muito. Os pais precisam entender temos que ensiná-los e orientá-los à luz da Bíblia. Pela ausência de conversa, muitos jovens vão buscar conhecimento de forma errada: através da internet, televisão e até com outros amigos", alerta a missionária.



Quando o diálogo faz a diferença

Érica Cruz diz que a conversa dentro de casa sempre foi um diferencial na sua vida. "Me sinto muito à vontade para desabafar com meus pais, principalmente com a minha a mãe por ser mulher e entender minhas necessidades. Em algumas fases da minha adolescência, eles foram fundamentais. Sempre quando ela me aconselhava  (nem sempre era aquilo que eu queria ouvir) ela estava certa. Uma vez, me alertou em relação a uma amiga. Eu achei que era exagero, mas a atendi e, mais tarde, percebi que ela tinha toda a razão. Minha mãe é um instrumento de Deus para me abençoar", diz ela

Segundo a psicóloga Elaine Cruz, mestre em educação e autora do livro Namoro é +, Sexo é -, da MK Editora, o diálogo é a principal ferramenta para a cura e deve acontecer em três níveis:

1.Entre os pais, que juntos devem se conscientizar do problema e de seus erros, para que tracem estratégias e regras para ajudarem os filhos. Quando os dois pais se envolvem, muitas vezes com a ajuda dos irmãos, é mais fácil resgatar um membro da família.
2.Entre pais e filhos, para reverem posições, fazerem acordos e se ajudarem mutuamente.
3.Dos pais e filhos com Deus. Quando uma família ora unida acerca de um propósito definido, Deus se move, pois tem prazer em ver as famílias abençoadas.

Para Elaine Cruz, os pais, tanto a mãe como o pai, precisam gerenciar melhor suas vidas; ter mais tempo para cuidar dos filhos, conversar com eles e orientá-los. "O diálogo é um raio-X capaz de captar situações, atitudes, pensamentos que ainda não vieram à tona. É a principal ferramenta para estabelecer uma família sarada e feliz", finaliza.


Artigo retirado do site http://www.elnet.com.br/familia_interna.php?materia=767, com algumas adaptações.
Redigido por Eliane Canegal.










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